CFP: II COLÓQUIO DE BRAGA EM HISTÓRIA DA FILOSOFIA MORAL E POLÍTICA

“Mentira e hipocrisia na política e na vida moral”

Universidade do Minho
Braga – Portugal
12 e 13 Janeiro de 2017

Conferencista convidada:

Ruth W. Grant (Duke University)

http://bragacolloquium.weebly.com

Chamada de artigos

O Grupo de Teoria Política da Universidade do Minho tem o prazer de anunciar a segunda edição do Colóquio de Braga em História da Filosofia Moral e Política. Trata-se de um colóquio internacional e anual que tem lugar, em janeiro, na Universidade do Minho (Braga, Portugal). O objetivo central do Colóquio é promover o estudo da tradição da filosofia moral e política bem como a importância do seu legado na formação das nossas instituições, cultura e crenças. Esta série de conferências está, a esse respeito, centrada no modo como essa tradição pode dar um contributo para os desafios com que as nossas sociedades se deparam na atualidade. Todos os anos, este Congresso centrará a sua atenção num tema específico, escolhido tendo em conta a situação política atual na Europa e no mundo.

Em sintonia com este espírito, o II Colóquio de Braga em História da Filosofia Moral e Política contemplará o tema “Mentira e hipocrisia na política e na vida moral”.

“Nunca ninguém teve dúvidas que a verdade e a política estão em bastante más relações, e ninguém, tanto quanto saiba, contou alguma vez a boa fé no número das virtudes políticas. As mentiras foram sempre consideradas como instrumentos necessários e legítimos, não apenas na profissão de político ou demagogo, mas também na de homem de estado.”

(Hannah Arendt)

A hipocrisia, apesar de não ser intrinsecamente atraente, parece ser também ou menos inevitável na maioria dos contextos políticos. Do ponto de vista ético, a vida política é encarada frequentemente como um mundo à parte das interações humanas normais. Isto contribui, no entanto, para a criação de uma clivagem entre cidadãos e políticos.

Os cidadãos que estão desiludidos com a democracia e os políticos não colocam apenas em causa a competência destes últimos: duvidam das suas promessas na medida em que questionam a sinceridade e honestidade mais elementar da classe política, mas tal contribui para dificultar a avaliação dos políticos e das políticas. Este problema é amplificado nas democracias liberais contemporâneas: um sistema político que, por um lado, apresenta a transparência como um dos seus valores fundacionais, mas, por outro lado, num quadro de busca de aceitação popular e de competição eleitoral, é profundamente influenciado pelos media e a sua lógica do espetáculo. O desejo de nos libertarmos da hipocrisia política – denunciado-a, tentando superá-la ou procurando resistir-lhe – alerta-nos para não abordarmos o problema da hipocrisia com falsas expectativas acerca do que é possível alcançar se ignorarmos os matizes da vida política.

Não devemos confundir os domínios da moral e da política. Não obstante, a facilidade com que pensadores políticos modernos isolam as normas de cidadania dos significados e finalidades da nossa vida, encarada como um todo, levanta problemas éticos e morais. Com efeito, o hábito de separar o “discurso da cidadania” de aspirações éticas mais englobantes desencoraja uma reflexão séria sobre as bases éticas da vida cívica, uma reflexão que salvaguarda do crescimento de ideologias políticas manipuladoras e pouco preocupadas com o interesse público.

Convidamos investigadores e académicos interessados nestes tópicos a submeter comunicações que interroguem a história do pensamento moral e político de forma a trazer luz para os problemas levantados pelo tema em apreço. Nessa medida, agradecemos o envio de comunicações, especialmente sobre o pensamento antigo, moderno e contemporâneo, que abordem temas como os seguintes:

  •        – O valor ético da cidadania

 

  •        – O valor da integridade nos domínios social e político

 

  •        – Os usos da hipocrisia na vida política

 

  •        – O papel e os matizes da astúcia política e a necessidade de estabelecer compromissos

 

  •       – A substituição da auscultação da voz do povo através de eleições por um escrutínio mais direto (os olhos do povo)

 

  •        – Os cidadãos enquanto espectadores da política

 

Estes tópicos são apenas sugestões e encorajamos as mais diversas abordagens do problema.

 


Regras de submissão

Resumos, com um máximo de 500 palavras, devem ser enviados para:

grupoteoriapolitica@ilch.uminho.pt

Prazo:  15 de setembro de 2016

Além do resumo, inclua, na proposta, o seu nome, título académico, instituição e o título da sua comunicação.

As comunicações terão a duração de 20 minutos com 20 minutos reservados para a discussão.

 

A língua oficial do congresso será o inglês.

 

Em nome da Comissão Organizadora

Grupo de Teoria Política do C.E.H.U.M. da Universidade do Minho

http://bragacolloquium.weebly.com

http://ceh.ilch.uminho.pt/grupo_de_teoria_politica.php

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